Análise do treinador Jorge Castelo aos reforços dos encarnados
“Di María está ao nível dele”, dispara Jorge Castelo, sem precisar de entrar em detalhes sobre o desempenho do argentino. Convidado a analisar os reforços do Benfica, o treinador partilha a opinião de Rui Costa, que já disse que esperava mais de alguns.
“Kokçu está num plano superior aos outros”, começa por dizer, sublinhando que ainda vê o médio internacional turco «em adaptação». O problema, assinala, “é que tínhamos a perceção do Enzo Fernández e Kokçu não é o Enzo”. Não se pode, no entender de Jorge Castelo, pedir a Kokçu que seja Enzo, porque o médio argentino que chegou, viu e venceu «tem mais capacidade». Kokçu, porém, «não deslustra».
Jorge Castelo não arrisca opinião definitiva sobre Arthur Cabral, afinal o avançado teve «poucas oportunidades» e tem de lidar com «as exigências» do estilo de jogo da equipa. «Não tem marcado e isso prejudica a imagem dele. É muito trabalhador e esforçado, mas isso não chega», acrescenta.
Já David Jurásek e Juan Bernat estarão sempre “sob a sombra da crista de Grimaldo”. “E nenhum deles é Grimaldo, principalmente a atacar. Se calhar, o Benfica defende melhor a zona, mas passa grande parte do tempo a atacar. Grimaldo deixou legado e marca difíceis de superar. Isso fará com que algumas pessoas pensem que seria melhor manter Grimaldo mesmo ultrapassando alguns valores. Mas não vale a pena entrar nessa discussão porque não os conhecemos. Vivemos de perceções, Grimaldo excedeu todas as expectativas e, agora, olhamos para Jurásek e Bernat depois de ver Grimaldo”, argumenta.
Jorge Castelo vinca que “há sempre o risco de se julgarem os reforços demasiadamente cedo”. “O Benfica não está em primeiro lugar e tem o peso de duas derrotas na Champions. Estava melhor coletivamente na época passada, este ano não é tão forte a reagir à perda de bola, recuperava-a no meio-campo adversário e tinha uma ideia de jogo mais evidente e efetiva”, defende o treinador, para quem “todos os fatores devem entrar na análise de um jogador e da relação dele com a equipa”.
“Digo, na brincadeira, que se por acaso Gyokeres estivesse no Benfica, se calhar estaríamos a dizer que o lateral-esquerdo e o avançados eram bons, que o Kokçu estava acima das expectativas. O Benfica não acertou no ponta de lança. Musa é bom jogador, mas nem ele, nem Arthur Cabral ou Tengstedt parecem ser o avançado de que o Benfica precisa”, remata Jorge Castelo.